O vereador Dr. Laércio Sandes apresentou nove requerimentos, no final de fevereiro, cobrando explicações diversas sobre o Aterro Sanitário Cabuçu. Os questionamentos envolvem tanto o período em que o aterro era de responsabilidade da Quitaúna, quanto os últimos dois anos, quando o mesmo passou a ser administrado pela CDR Pedreira – Veolia, empresa que busca implementar o licenciamento de seu aterro particular também na região do Cabuçu.
Em uma de suas falas na tribuna da Câmara Municipal de Guarulhos, o parlamentar confessou sentir-se incomodado com o assunto desde a gestão municipal anterior, quando o então prefeito Sebastião Almeida tornou a área de utilidade pública. “Foi uma situação que não ficou totalmente clara, tendo em vista que a responsabilidade da área não era do município, mas da empresa Quitaúna. Após a área ter sido desapropriada, os dois contratos que a empresa mantinha com o município, de coleta de lixo e o de gerenciamento do aterro, venceram. E o governo atual, que não se preocupou em providenciar uma licitação no prazo certo, acabou fazendo um contrato emergencial para a prestação destes serviços justamente com a CDR Pedreira, empresa que pretende implementar um novo aterro na região”, explicou o Dr. Laércio, que sempre se posicionou contrário com a ideia de um novo aterro em Guarulhos.
Ele destacou ainda que todas as tentativas de audiências públicas para discutir o novo aterro, lideradas por pessoas sem qualquer conhecimento técnico, foram equivocadas, assim como os sucessivos contratos emergenciais firmados. “O correto seria terem sido encaminhados os processos de licitação, que trazem consigo a transparência que a população espera para o tratamento de uma área tão importante para nossa cidade como é a região do Cabuçu”, defendeu o vereador Dr. Laércio Sandes.
O parlamentar cobra explicações, por exemplo, sobre o encerramento do contrato com a Quitaúna e a contratação de empresas sem licitação, técnicas de gerenciamento e manejo utilizados no aterro e se há laudo quanto ao manejo do chorume. Sobre o deslocamento ocorrido no aterro em dezembro de 2018, o vereador pede informações sobre os motivos científicos que levaram a este deslocamento, onde foram as falhas e a quem caberá o reembolso das despesas que o município precisou arcar emergencialmente devido aos prejuízos provocados pelo deslocamento. O vereador cobrou ainda explicações quanto ao biogás produzido e o lençol freático abaixo do aterro sanitário. “Não podemos aceitar que continuem fazendo de Guarulhos o que bem entenderem, seja como foi a construção de presídios no passado, seja como agora, que estão tentando empurrar mais um aterro sanitário em nossa cidade contra a vontade da população e sob o olhar omisso do atual prefeito”, finaliza o Dr. Laércio Sandes.